Farmacêutica é acusada de falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina
Utilizando o CRM de outra profissional, esse farmacêutica foi presa em flagrante, acusada de falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina, mas está respondendo em liberdade após pagar multa de R$50 mil.
A prisão aconteceu nesta terça-feira (30) e só foi possível porque uma amiga da vítima de falsidade ideológica marcou uma consulta com a falsa médica acompanhada de uma policial a paisana, que deu voz de prisão depois que a farmacêutica utilizou o carimbo com o CRM registrado em nome de Marcela Gouveia, mesmo nome e sobrenome da profissional autuada.
A defesa alega que a utilização do carimbo não teve como intenção de utilizar nome de terceiros, se tratando de um equívoco da ação policial.
Já o delegado responsável pelo caso aponta que a farmacêutica se aproveitava justamente dessa coincidência entre nomes para vender seus atendimentos e cursos como esteticista médica, inclusive prescrevendo medicamentos de uso controlado.
A acusação de exercício ilegal da medicina
“A gente acredita que ela se utilizava dessa fama, de ter muitos seguidores, de ter conhecimento técnico na área de estética, para utilizar desse carimbo, a fim de que pudesse dar maior legitimidade a sua atuação, uma vez que não detém título de médico, mas tem conhecimento dessa área de estética”, contou o delegado Felipe Nakamura ao G1.
A descoberta de que podia ter algo errado veio de uma então paciente da farmacêutica que, ao pesquisar o CRM utilizado, suspeitou da irregularidade e alertou a otorrinolaringologista “dona” do registro, que então seguiu com o plano que culminou na prisão.
A farmacêutica começou na graduação de medicina, mas não a concluiu e por tanto não possui as atribuições necessárias para utilizar o título, tampouco exercer atividades próprias da formação, embora tivesse a habilitação regular junto a CRF para atuar como farmacêutica esteta.
Com quase 87 mil seguidores em seu perfil no Instagram, a acusada vendia cursos, e divulgava procedimentos estéticos, se descrevendo como especialista em medicina estética.
A Merz Aesthetics Brasil se pronunciou sobre o caso, mencionando a suspensão de contrato com a farmacêutica, que atuava como speaker e nova especialista representante em eventos da empresa.
Fora a prescrição de medicamentos de uso controlado, a farmacêutica poderia atuar com toda a autoridade e qualificação na estética, desde que devidamente pós-graduada habilitada na área e utilizando o título adequado, sem margem para interpretações errados sobre suas qualificações.
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